48 horas em… Estrasburgo
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Capital de Natal da Europa, Estrasburgo é uma cidade romântica e vibrante, cheia de canais e ruas empedradas onde dá vontade de nos perdermos.
Publicado em 15-Nov-2023
Estrasburgo ganha outra vida com a chegada do Natal. O seu grande mercado, datado de 1570, é o mais antigo de França e um dos maiores e mais tradicionais de toda a Europa. Perfeito para beber vinho quente e provar as muitas delícias típicas da Alsácia, enquanto se descobrem os mais divinais presentes de Natal.
Podemos dizer que Estrasburgo há muito que é um dos destinos mais procurados de toda a Europa. Infelizmente, os europeus de outrora não eram grandes fãs de selfies e preferiam outro tipo de disparos, pelo que os visitantes eram sobretudo exércitos invasores, franceses ou germânicos, consoante a cidade estava ocupada por uns ou por outros, que nunca desistiram de tentar anexar esta pérola do Reno. Uma consequência positiva destas guerras, no entanto, foi o legado que foram deixando, uma vez que ambos faziam questão de provar a sua superioridade cultural, contribuindo assim largamente para a beleza arquitetónica da cidade.
Hoje, pelo contrário, Estrasburgo é um polo de união, entre franceses, alemães e todos os outros povos europeus, acolhendo a sede do Conselho da Europa, do Parlamento Europeu e do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Estrasburgo é a verdadeira capital do continente e nenhuma altura é melhor para a visitar do que agora.
Dia 1
Mercados de Natal. Estrasburgo não é gigante, especialmente o centro da cidade, a chamada Grande Île, pelo que de 24 de novembro e até ao dia 24 de dezembro, às 18h00, é impossível não dar de caras com um dos 13 mercados de Natal que acolhe. Leu bem, não se trata apenas de um, mas 13, que podem distar qualquer coisa entre os 50 metros (apenas) ou os 800 (no máximo) entre eles. Os mercados dominam completamente a vida da cidade nesta altura, mas para não perder “demasiado tempo”, aqui fica o top 5: Praça da Catedral, Praça Kléber (onde montam a árvore de Natal), Place Broglie (ou Chrìstkìndelsmärik, um dos mercados mais antigos), Place Gutenberg e Place du Château.
Batorama. Estrasburgo não é Amesterdão, mas o Reno e o afluente Ill também se espalham aqui por vários canais, Um passeio turístico e histórico que nos transporta para os tempos em que Gutenberg inventou a impressão na cidade, que o jovem oficial Rouget de Lisle escreveu, a pedido do presidente de câmara, uma “pequena música para exército do Reno”, a que chamariam mais tarde de La Marseillaise, ou que Goethe se formou em Direito e começou a sua atividade literária. O passeio demora 1h10 e ainda nos leva a visitar as novas instituições europeias. Custa 14,90 euros para adultos e 8,25 para crianças dos 4 aos 12. Menores são grátis. Tem audioguia em português e até um guia à medida dos mais jovens, embora, infelizmente, sem versão portuguesa.
Neustadt. Desenhado para pôr Estrasburgo no mapa como símbolo do poder prussiano, Neustadt é um lugar único, com as suas avenidas desafogadas, praças e jardins monumentais. Especialmente a Praça da República. Alberga vários edifícios governamentais, e universitários. Um pouco mais abaixo, os jardins da universidade e o Jardim Botânico são o contraponto natural para toda essa arquitetura.
Petite France. Do outro lado da “Grande Ilha”, o bairro da Petite France é o oposto. É romântico e cosy e é um prazer caminhar nas ruas de pedra iluminadas ao fim do dia, ao longo dos canais e rodeado por casas medievais que mais parecem saídas diretamente do conto de Hansel e Gretel. Podemos parar nas pontes cobertas, ou nas antigas pontes de pedra e ver os barcos passar, ou nas eclusas, como na Praça Benjamin Zix. É um dos “postais” mais conhecidos de Estrasburgo e ninguém deve perder a hipótese de tirar uma foto no mesmo sítio. O ambiente é charmoso o ano inteiro, mas mais ainda com a cidade engalanada para o Natal.
Dia 2
Catedral. A Catedral de Notre-Dame de Estrasburgo é uma das mais antigas e imponentes das grandes catedrais europeias. A construção terminou em 1439 e foi considerado o edifício mais alto do mundo até 1874. Era também a maior igreja do mundo até 1880, e ainda hoje é a quarta maior. O relógio renascentista foi totalmente recuperado em 1842 e é atualmente um dos ex-líbris da catedral. Trata-se de um relógio astronómico, com um mecanismo autómato em que todos os dias, às 12h30 em ponto – convém não falhar –, um anjo toca um sino, enquanto outro vira uma ampulheta. Um idoso passa em frente à morte, que faz soar o sino 12 vezes e os 12 apóstolos passam por Cristo, enquanto este faz um gesto de paz e abençoa os presentes. É igualmente possível subir os 332 degraus que levam a uma varanda a 66 metros de altitude, com uma vista magnífica sobre a cidade. Com os óculos de realidade virtual (RV) é também possível ver como era a cidade em 1490 e 1730. Os bilhetes custam 8 euros para adulto, ou 5 para crianças. Até aos 5 anos é grátis.
Cave Historiques des Hospices de Strasbourg. Só os franceses para fazerem uma coisa destas, porque o nome significa literalmente cave histórica do hospital de Estrasburgo e era mesmo vinho o que eles faziam na cave do hospital. Datada de 1395, esteve em uso ao longo de mais de 600 anos e ainda guarda aquele que, dizem, será o vinho mais antigo do mundo: um branco alsaciano de 1472 do qual restam 300 litros numa foudre. Diz a lenda que o vinho foi servido apenas em três ocasiões, a última das quais em 1944, com a libertação da vila pelo general Philippe Leclerc de Hauteclocque. Em 1994, o instituto do vinho realizou um exame organolético que não só concluía que ainda era vinho, como apresentava “estrutura cremosa” e notas de “baunilha, mel, avelã e especiarias”. O grande barril pode ser visto junto com os melhores vinhos da região, desde que um grupo de produtores locais se uniu para preservar este legado e transformá-lo num centro interpretativo do vinho alsaciano. A entrada custa 3 euros.
Museus. O Palais Rohan é, em si mesmo, uma pequena maravilha, mas esconde preciosidades ainda mais valiosas nos três museus que alberga: Arqueologia, Artes Decorativas, e Belas-Artes. Quem gosta de coisas mais recentes não pode perder o Museu de Arte Moderna e Contemporânea, dividido por dois andares alberga algumas das maiores obras de arte do século passado. O Museu Histórico, localizado no antigo matadouro, é perfeito para conhecer melhor o passado da região, enquanto o Museu do Vudu oferece algo completamente inesperado. Porque é nesta pequena cidade fronteiriça entre França e a Alemanha que vamos encontrar a maior coleção privada com tudo o que diz respeito ao vudu.
Onde Comer
Outra vantagem da localização e história de Estrasburgo, é que a sua gastronomia permite provar o melhor que França e Alemanha têm para oferecer.
L’Atelier 116. França é famosa pelos seus croissants e pelos seus pains e éclairs e doces e o L’Atelier 116 é um templo de tudo isso. Perfeito para um lanche ou pequeno-almoço, na parte velha da cidade.
Chez Yvonne. Uma instituição na cidade, visitada por atores e presidentes franceses, embora, na verdade, tenha muito pouco de luxuoso ou presidenciável. Trata-se de um típico restaurante alsaciano, as chamadas winstub, e com uma decoração que não deve mudar há pelo menos 80 anos. Embora tenha aberto mais cedo ainda, em 1873. Comida tradicional, da avó.
Sopa debaixo da árvore de Natal. Todos os anos, a associação de beneficência Humanis promove a Sopa Estrelada – vai na 11º edição –, desafiando chefs locais de restaurantes com estrela Michelin a criarem uma sopa de conforto para ser vendida no mercado da Praça Kléber, perto da grande árvore de Natal do município. Este ano temos quatro opções, e os fundos revertem obviamente para causas humanitárias.
Brasserie Les Haras. Uma coudelaria do século XVIII recuperada em restaurante – e hotel – com uma decoração muito elegante. A sala abre para a cozinha, o que permite admirar o trabalho dos chefs, enquanto preparam uma interpretação mais moderna da comida da região- Ao leme está Marc Haeberlin, que no Auberge de L’Ill tem duas estrelas Michelin.
Onde ficar
Regent Petite France. Antigamente faziam-se blocos de gelo neste velho edifício de madeira, tão típico da cidade. Hoje garantem que nada falta aos hóspedes. Bem no coração da zona mais fotografada da cidade. Preços a partir de 180 euros.
Hotel Cour du Corbeau. Se quer realmente “sentir” a cidade, é difícil escolher melhor do que o Cour du Corbeau, um dos mais antigos hotéis de toda a Europa, cujas origens remontam já ao século XVI. Atualmente parte do grupo Accor, foi totalmente recuperado em 2009. Um hotel de charme. Preços a partir de 166 euros.
Hotel Hannong. No “hypercentro” da cidade, o Hannong abriu portas em 1920. A decoração é elegante e sofisticada, o staff muito atento e o ambiente é bastante caloroso. Preços a partir de 149 euros
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