Como tornar Portugal um país mais sustentável?
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Publicado em 27-Fev-2024
As alterações climáticas e a exaustão dos recursos naturais do planeta estão a colocar-nos em estado de alerta.
Mais do que palavras que parem o aquecimento do planeta ou a destruição da Amazónia, todos somos chamados à ação para tentarmos tornar o nosso mundo num lugar mais sustentável.
Como a missão da responsabilidade ecológica e sustentável é “pensar global, agir localmente”, vamos tentar perceber o que governo, empresas e cidadãos podem e estão a fazer para tornar Portugal um país mais sustentável.
Como tornar Portugal mais sustentável?
De acordo com o Relatório Voluntário Nacional de 2023, Portugal está no caminho certo para se tornar mais sustentável, já que está a evoluir positivamente 61% das metas estipuladas em 2015 pela ONU no âmbito da denominada Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Assim, no total dos 248 indicadores definidos pela ONU para o cumprimento da Agenda 2030, o nosso país assume uma cobertura de 69%, percentagem que se traduz num aumento de 17% desde 2018.
Apesar da evolução positiva de Portugal na persecução dos objetivos de sustentabilidade assumidos na Agenda 2030, ainda existem muitos desafios pela frente para que o nosso país se possa considerar um território verdadeiramente sustentável.
Percebendo as falhas e os desafios identificados no Relatório Voluntário Nacional de 2023, o Governo lançou um plano de ação a que chamou Roteiro Nacional para o Desenvolvimento Sustentável 2030 com o objetivo de acelerar as transformações e as respostas no sentido de tornar o país mais sustentável.
Roteiro Nacional para o Desenvolvimento Sustentável
Para que o objetivo de um Portugal sustentável se torne realidade, este roteiro elenca quatro pilares fundamentais de ação, a saber:
- Melhoria da atividade de monitorização e avaliação do progresso face aos 17 ODS;
- Elaboração de um Quadro Estratégico de Políticas Públicas para o desenvolvimento sustentável;
- Desenvolvimento de ferramentas e mecanismos de suporte às políticas públicas para o desenvolvimento sustentável;
- Aumento dos níveis de conhecimento público da Agenda 2030 e estabelecimento de um mecanismo de diálogo e capacitação da sociedade civil.
Na prática, já foram alocados 3,1 mil milhões de euros para fomentar esta mudança de paradigma que, entre outras coisas, serão investidos no domínio dos transportes públicos, nomeadamente da mobilidade urbana e ferrovia, transição energética, setor marítimo-portuário, prevenção dos riscos e resiliência a catástrofes e economia circular.
No que toca à prevenção dos riscos e resiliência a catástrofes, o Governo pretende reduzir o risco de erosão em 20% dos quilómetros da linha de costa em situação de erosão no Continente, ao passo que na Região Autónoma da Madeira, as intervenções de proteção da faixa costeira e de mitigação do risco de erosão se estenderão ao longo de 70 km de costa.
Como referimos, muito há ainda a fazer, especialmente em setores tão importantes como a agricultura (uma das áreas onde existe um maior desperdício de água), aproveitamento da energia solar, eólica e marinha (aproveitamento da força das correntes), descarbonização e, particularmente, gestão de resíduos, já que é nesta área que continuamos a produzir muito lixo e a reciclar pouco.
O papel de cidadãos e empresas na construção de um Portugal mais sustentável
Não cabe, unicamente, ao Governo o papel de agente transformador do país. Cidadãos e empresas também são chamados à ação.
No caso dos cidadãos, os especialistas alertam para a necessidade de uma alteração profunda nos padrões de consumo e maiores incentivos e melhor pedagogia para que os consumidores percebam os benefícios das suas boas ações em prol da sustentabilidade.
Já no caso das empresas, é importante que lhes façam chegar as novas tendências e exigências de modo que vejam na sustentabilidade uma oportunidade estratégica e uma mais-valia competitiva.
Para além disto, é essencial que empresas e universidades trabalhem em estreita colaboração, de modo que estas últimas forneçam às primeiras o conhecimento e competências técnicas que permitam desbravar o caminho em direção à sustentabilidade.
Uma última palavra para o mercado financeiro, nomeadamente os bancos e instituições de crédito, que deverá apoiar, com criteriosas políticas de crédito, as empresas que desejem apostar na transição energética.
Neste sentido, é importante sublinhar o papel do UNIBANCO não só no auxílio à criação de empresas mais sustentáveis através das suas propostas de crédito, como também na diminuição da pegada ecológica dos consumidores.
No caso dos consumidores, para além de lhes oferecer a possibilidade de contratualizarem os seus serviços financeiros, como o crédito pessoal, crédito consolidado e cartão de crédito de forma 100% digital, dispensando, deste modo, o uso de papel, o UNIBANCO lançou novos cartões de crédito ecológicos em PVC degradável para substituir os tradicionais cartões de plástico.
Como vemos, passo a passo, Portugal está a caminhar em direção a um futuro mais sustentável, mas tal só será possível com a ajuda e compromisso de todos nós.