MoMA, um regresso a Nova Iorque MoMA, um regresso a Nova Iorque

MoMA, um regresso a Nova Iorque

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Após renovação de 450 milhões de dólares, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) reabriu ao público, e é a melhor das desculpas para um passeio na cidade


Publicado em 11-Nov-2019

Depois de quatro meses de encerramento e uma obra de quase meio milhão de dólares, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) voltou a abrir as suas portas no dia 21 de outubro, mesmo a tempo da celebração do seu 90.º aniversário.

A atual ampliação e renovação do edifício que desde 1939 acolhe o MoMA no endereço 11 West, 53th Street é da responsabilidade do ateliê Diller Scofidio + Renfro em colaboração com o Estúdio Gensler, e teve como principal objetivo ampliar os espaços expositivos (mais 3.700 m2), ajudar a repensar a forma como nos relacionamos com a arte e aproximar o museu da rua.

Maior, mais arejado e, principalmente, mais diversificado, o MoMA decidiu apostar numa maior diversidade, aumentando a exposição de trabalhos de artistas mulheres, latinos, afrodescendentes, asiáticos e africanos, oferecendo uma visão mais ampla da arte moderna. O próprio modelo de exposição das obras e da coleção permanente do museu – que inclui o mais importante acervo mundial de arte moderna e contemporânea – foi totalmente repensado, abandonando a organização disciplinar e histórico-cronológica. A cada seis meses, novas mostras são colocadas à disposição do público, com a pintura a coabitar com a escultura, a arquitetura, o design, a fotografia, o cinema, o vídeo, a performance e trabalhos sobre papel.

São várias as salas com mostras surpreendentes e inesperadas, como é o caso do espaço The Marie-Josée and Henry Kravis Studio que vai passar a acolher maioritariamente projetos de performance como a agora inaugurada Rainforest V (Variation 1) 1973-2015, concebida por David Tutor e realizada por Composers Inside Electronics Inc. Trata-se de uma instalação composta por objetos de uso doméstico e diário que ressoam diversos ruídos e encontram-se suspensos num espaço com um pé-direito gigantesco. Esta galeria prolonga-se de uma forma particularmente interessante à cidade, graças à arquitetura do espaço e da colossal parede de vidro translúcido frontal para a West 53th Street.

Muitas das novas salas têm conceitos ou temáticas específicas, conjugando com artistas e obras de forma inesperada. É o caso das salas Downtown New York (com artistas como Keith Haring, Jenny Holzer ou Jean-Michel Basquiat), True Stories (fotografias de nomes como Nan Goldin ou Wolfgang Tillmans), ou ainda Before and After Tiananmen (artistas asiáticos dos anos 1980 e 90), disponibilizando inclusivamente várias peças online. Para além de algumas destas salas “temáticas”, há outras que apresentam um só artista, como é o caso de Richard Serra’s Equal.

Com várias exposições extraordinárias, um programa vasto, e novidades suficientes para justificar largas horas de visita, o MoMA vale por si só uma viagem a Nova Iorque, ainda assim deixamos-lhe aqui uma lista de outros edifícios históricos da Grande Maçã que não pode perder:

Rockefeller Center – É um dos edifícios (ou complexos de edifícios) mais emblemáticos de Nova Iorque, estendendo-se entre as ruas 48 e 51 e entre a Quinta e a Sétima Avenida. Aqui é possível fazer compras, patinar no gelo, subir ao topo do edifício e assistir a gravações de TV como o Saturday Night Live ou o The Tonight Show com Jimmy Fallon ou ainda admirar a mais famosa das árvores de Natal de todo o mundo. A novidade é que agora também poderá dormir aqui graças a uma parceria da Airbnb com o promotor imobiliário RXR Realty que converterá um dos edifícios de escritórios em suites que poderá alugar ao dia.

American Museum of Natural History – Este grande clássico de Manhattan também será em breve ampliado com uma nova ala desenhada pela arquiteta Jeanne Gang. Com uma entrada em frente à Columbus Avenue, o novo Richard Gilder Center terá mais de 21 mil m2 e será a nova estrela da cidade no que diz respeito a temas como a ciência, educação e inovação.

The Shed – Revestido de painéis translúcidos de etileno tetrafluoretileno, este edifício futurista literalmente aterrou no bairro de Hudson Yards, a nova coqueluche de Manhattan, conhecido como o New West Side. Desenhado pelo estúdio Diller Scofidio + Renfro em colaboração com o Rockwell Group, trata-se de um imenso centro artístico e cultural que se liga com o High Line Park a partir da 30th Street, funcionando como um espaço flexível para a realização dos mais variados eventos culturais.

The Vessel – The Vessel ou O Navio é uma das mais recentes e extraordinárias obras de arquitetura, construído como parte do Hudson Yards Redevelopment Project e inaugurada em 15 de março de 2019. A sua peça central é uma escadaria em espiral idealizada  pelo britânico Thomas Heatherwick, na qual as pessoas podem desfrutar de novas perspetivas da cidade. Composto por 154 lances de escada intrincadamente interconectados – cerca de 2.500 degraus individuais e 80 patamares –, a subida vertical oferece vistas notáveis da cidade, do rio e de outros lugares.

9/11 Memorial & Museum – Todos deveriam visitar pelo menos uma vez o Memorial do 11 de Setembro. Ao entrar, desce-se da rua até o nível dos alicerces – a fundação das antigas Torres Gémeas. A exposição inclui uma compilação multimédia de 40.000 imagens fixas, 300 imagens em movimento, 3.500 gravações orais e mais de 14.000 objetos, muitos deles efémeros e pessoais.

Guggenheim – Um clássico e uma visita sempre obrigatória em Nova Iorque. Frank Lloyd Wright projetou o edifício icónico que abriga a coleção de arte moderna de Solomon R. Guggenheim, que inclui pinturas de Kandinsky, além de obras de Picasso, Klee, Miró e muito mais. Se tiver tempo, vá ao The Wright, um bistrot americano vencedor do James Beard Award no local.

Whitney Museum of American Art – Desde que se mudou do Upper East Side para sua nova sede no Meatpacking em 2015, desenhada por Renzo Piano, que o Whitney se transformou numa morada imprescindível. Ampliou o espaço expositivo, onde é possível ver obras de grandes nomes da arte como Jean-Michel Basquiat, Richard Avedon e Alexander Calder, oferece exposições ao ar livre, espaços e vários terraços, incluindo um restaurante no térreo e um bar no último andar, ambos de Danny Meyer, um dos restauradores mais conhecidos da cidade.

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