As prestações do crédito à habitação estão a subir. E agora?
min de leitura
Os juros do crédito à habitação pesam cada vez mais no orçamento familiar, mas há formas de baixar essa despesa, incluindo recorrer ao crédito consolidado.
Publicado em 24-Nov-2022
As taxas Euribor têm registado subidas impressionantes ao longo do último ano, deixando muitas famílias com crescentes dificuldades em acomodá-las num orçamento familiar já de si empobrecido pelo aumento generalizado do custo de vida. E, uma vez que o BCE anunciou que vai continuar a subir as taxas de juro diretoras, até controlar a subida da inflação na Zona Euro, é fundamental perceber como se pode diminuir o seu impacto. Recentemente, o Governo aprovou algumas medidas extraordinárias de apoio aos titulares dos créditos à habitação, a saber:
Redução da retenção na fonte nos salários de trabalho por conta de outrem
Ou seja, os trabalhadores por conta de outrem podem solicitar à entidade patronal que lhes reduza um escalão na taxa de retenção na fonte. Isto irá aumentar o salário líquido mensal, mas não se trata de um aumento de salário, pois no final haverá lugar a menos reembolso do IRS, ou mais valor a pagar, consoante os casos. Trata-se de uma medida prevista para o Orçamento de Estado para 2023, pelo que só entrará em vigor nesse ano.
Fim da comissão de amortização antecipada nos empréstimos com taxa variável
A amortização antecipada de uma parte ou da totalidade do capital em dívida obrigava ao pagamento de uma comissão de 0,5% do valor amortizado, no caso dos créditos de taxa variável. No caso dos empréstimos de taxa fixa, esse valor sobe para os 2% do amortizado, mas como estes créditos não estão sujeitos à mesma flutuação não foram contemplados nestas medidas. Assim, ao longo de 2023, o montante entregue ao banco para amortizar a dívida reverte na totalidade para a redução do capital, sem pagamento de qualquer taxa.
Entre todas as medidas para baixar a prestação da casa esta é, sem dúvida, a mais eficaz, na medida em que alivia o orçamento mensal na mesma proporção do abatimento da dívida. Tem, no entanto, um grande inconveniente pois pressupõe que existam poupanças ou investimentos que permitam abater essa dívida com algum impacto.
Novas regras para a renegociação obrigatória dos créditos
Trata-se de uma medida a adotar ao abrigo do já existente Plano de ação para o risco de incumprimento (PARI), que conta agora com condições mais apertadas. Assim, quando a taxa de esforço das famílias passa a ser superior a 36% do orçamento familiar (e não 50% como antigamente), os bancos passam a estar obrigados a propor alternativas que reduzam esse esforço mensal. Está previsto que este decreto-lei entre em vigor no início do próximo ano e os bancos terão até ao final do corrente para reavaliar a atual taxa de esforço das famílias.
Como é calculada a taxa de esforço?
A taxa de esforço é calculada somando todas as prestações fixas de créditos contratados pela família. Ou seja, crédito à habitação, crédito pessoal, cartões de crédito… Essa soma é depois dividida pelo rendimento líquido do agregado e se o resultado for superior a 0,36, significa que a taxa de esforço da família é, atualmente, superior a 36 por cento.
Nessa altura, o Banco fica automaticamente obrigado a apresentar uma proposta que reduza o esforço mensal do agregado, e que pode passar pelo alargamento do prazo do crédito, pela revisão do spread, pela concessão de um novo empréstimo ou pela redução temporária da taxa de juro. O que não pode é agravar as condições já contratadas, nomeadamente ao nível das taxas de juro.
Tomar ações preventivas
Independentemente destas medidas definidas pelo governo, nada impede os titulares de créditos à habitação de renegociar os empréstimos e condições por iniciativa própria, nomeadamente:
Transferir o crédito à habitação
Apesar das regras cada vez mais apertadas impostas pelo regulador, a maioria dos bancos continua com ofertas muito concorrenciais de crédito à habitação, pelo que deve consultar outras propostas existentes no mercado e saber se consegue uma melhoria das condições.
Consolidar os créditos
Quando parte das dificuldades reside na existência de diferentes créditos (pessoal, automóvel, cartões de crédito, habitação…), será provavelmente mais conveniente criar um empréstimo único através da consolidação de crédito. Juntando os créditos previamente existentes num único, com condições mais vantajosas ou, pelo menos, com uma mensalidade mais reduzida.
Será importante perceber que não se trata de uma solução milagrosa, e que o prazo do empréstimo (e com isso, o custo total do crédito) irá provavelmente subir, mas é o preço a pagar para baixar a taxa de esforço e ter uma maior liquidez mensal.
As vantagens do crédito consolidado UNIBANCO
A solução de crédito consolidado UNIBANCO oferece um conjunto de vantagens, incluindo a adesão 100% online e uma maior independência financeira, pois não obriga a mudar de banco. Também não obriga a quaisquer encargos associados à abertura do crédito, e terá a possibilidade de realizar um seguro de proteção financeira que o coloca ao abrigo de qualquer imprevisto – que, por definição, nunca se sabe quando pode aparecer. Pode descobrir todas estas vantagens e condições do crédito consolidado UNIBANCO ao mesmo tempo que simula um crédito para montantes entre os 5.000 e 75.000 euros e prazos entre os 24 e 84 meses.
Trocar os seguros
Concentramo-nos muito no peso dos juros na prestação mensal do crédito – e agora com maioria de razão −, mas o custo com o empréstimo implica outras despesas às quais devemos dar atenção. Nomeadamente os seguros associados ao empréstimo (Vida, que vai encarecendo com o avançar da idade dos titulares, e Multirriscos, que protege o imóvel), ou os eventuais gastos com produtos subscritos para beneficiar das bonificações do spread. Os seguros criados no momento da constituição do empréstimo podem não ser – ou não serão, regra geral, os que apresentam os preços mais competitivos. Trata-se de uma troca muito mais simples do que o crédito inteiro, e pode ser bastante vantajosa no final do ano.