De que forma a sustentabilidade permite definir o sucesso empresarial?
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Publicado em 03-Mar-2025
A sustentabilidade empresarial não é apenas uma palavra vã sem impacto prático.
No UNIBANCO, por exemplo, levamos a sustentabilidade muito a sério e tal acaba por se repercutir, por exemplo, na digitalização total dos processos de contratação de produtos financeiros limitando, desta forma, a utilização de papel e na emissão de cartões de crédito ecológicos em PVC biodegradável.
Num mundo em que a predação dos recursos naturais tem impactos profundos não só no clima, mas também na vida de comunidades inteiras, a sustentabilidade, ou melhor, a procura da sustentabilidade, acaba por ser a melhor resposta contra este problema ao alcance de governos, consumidores e empresas.
Se do lado dos governos e dos consumidores, as políticas públicas e os hábitos de consumo parecem indicar um compromisso com a sustentabilidade, do lado da maioria das empresas ainda há um longo caminho a percorrer.
No entanto, sabia que, ao ser mensurável, a sustentabilidade poderá servir de bitola ao sucesso empresarial?
Como a sustentabilidade permite definir o sucesso de uma empresa?
Para falarmos de sustentabilidade empresarial, antes de mais é importante tocarmos na CSRD (Diretiva de Relato de Sustentabilidade Corporativa).
Esta diretiva europeia, até aqui voluntária, passou a obrigatória para grandes empresas cotadas em bolsa, entidades de interesse público e grandes grupos com empresas-mãe fora da União Europeia.
Tem por objetivo,
“melhorar a transparência para todos os stakeholders e reorientar os investimentos para tecnologias e empresas mais sustentáveis”.
Entre as obrigações a que estão sujeitas estas empresas, contam-se práticas relacionadas com a redução da poluição, utilização de recursos, mão-de-obra, colaboradores na cadeia de valor e ética no negócio que, somadas, ajudam a definir o compromisso de cada empresa com a sustentabilidade e, dessa, forma, comunicar ao consumidor final e à sociedade como um todo, quais aquelas que estão verdadeiramente empenhadas neste objetivo.
Porém, não é só a perceção do consumidor que acaba por valer mais vendas se a marca estiver comprometida com um mundo mais sustentável.
Entre outras coisas, apostar em fornecedores locais que reduzam as distâncias e o gasto de combustíveis fósseis, a opção por veículos elétricos e meios de produção baseada em energia limpas ou a ligação à comunidade onde se insere através de projetos de índole social podem valer, no final de contas, uma:
- significativa redução das despesa com energia;
- uma melhor qualidade dos produtos;
- mais dinheiro em caixa que vai ajudar a que a empresa consiga melhores resultados operacionais.
Como notou, o impacto ambiental e o sucesso empresarial devem andar de mãos dadas neste tipo de organizações de maior envergadura.
Mas e as pequenas e médias empresas que, de acordo com a Pordata, representam 99,9% do tecido empresarial português?
Sustentabilidade e PME
Apesar de a sua menor capacidade financeira poder colocar entraves à colocação em prática de algumas medidas de mitigação do impacto das suas operações no meio ambiente e na sociedade, pequenas ações podem trazer-lhes uma vantagem competitiva que as coloque mais próximas do sucesso.
Medidas como:
- cadeias de negócio mais pequenas baseadas em produtos de origem local;
- introdução de novas tecnologias digitais;
- reutilização de materiais;
- oferta de trabalho digno e bem remunerado aos seus trabalhadores.
Em suma, empresas mais sustentáveis são organizações mais resilientes e ágeis na sua adaptação às mudanças regulamentares, às exigências do mercado, às novas tecnologias e à disponibilidade de matérias-primas e recursos produtivos, bem como na sua capacidade de, numa altura em que a mão-de-obra qualificada é tão escassa, conseguirem reter talentos.
Vantagens de ser uma Empresa Sustentável
Uma aposta segura e consistente em estratégias empresariais ecológicas e socialmente responsáveis faz das empresas, como escrevemos anteriormente, mais flexíveis e resilientes.
Mas as vantagens não se ficam por aí:
- Diferencial competitivo face à concorrência direta;
- Redução de custos operacionais;
- Força de trabalho mais motivada, eficiente e produtiva;
- Maior proximidade com a comunidade onde se inserem;
- Maior capacidade de previsão e adaptação à mudança;
- Redução da pegada ambiental, nomeadamente menores emissões de C02, resultante da aposta em veículos elétricos e na compressão da cadeia de negócio;
- Maior capacidade de retenção e captação de clientes – segundo um estudo da Escolha do Consumidor, cerca de 92% dos consumidores portugueses afirma estar recetiva a trocar uma marca por outra se a segunda se apresentar como mais sustentável.