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O impacto dos Transportes Públicos na sustentabilidade de uma cidade

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Publicado em 12-Ago-2024

Além das longas filas que provocam, o excesso de carros nas vias de acesso e nas ruas das grandes cidades está a tornar-se um grave problema ambiental.

Neste sentido, vale a pena olharmos para os dados da União Europeia que nos dizem que, os transportes, são o único setor onde as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram nas últimas três décadas, registando um aumento de 33,5% entre 1990 e 2019”.

Contudo, há mudanças, literalmente, no ar. A reconfiguração das nossas cidades em privilégio dos transportes públicos e dos peões, bem como as medidas de proibição da circulação de carros a combustão e os incentivos e benefícios fiscais à compra de veículos elétricos, estão a contribuir para uma redução substancial das emissões de CO2 e uma melhoria significativa da mobilidade urbana.

O Impacto dos Transportes Públicos na sustentabilidade da cidade

Em 2019, 60,6% da poluição medida nas cidades devia-se a carros particulares, viaturas que transportam, não raras vezes, apenas uma pessoa, o que acaba por tornar a circulação e a qualidade do ar em contexto urbano insustentáveis.

É neste paradigma que vivemos, mas, como referimos, há soluções ao virar da esquina, nomeadamente aquelas que passam por um planeamento urbano sustentável, o carpooling e partilha de automóveis, o aumento das infraestruturas para bicicletas e, sobretudo, o incentivo da utilização de transportes públicos.

A aposta em transportes públicos sustentáveis e no aumento da rede pública de metro são fatores críticos para que quem faz da cidade o seu local de trabalho, estudo ou habitação possa, finalmente, usufruir de uma melhor qualidade do ar e maior conforto nas suas deslocações na cidade.

Tirar carros das cidades e promover a utilização de transportes públicos é mesmo o grande desígnio do Plano Estratégico Nacional que, em traços gerais, pretende, até 2030, “incorporar e valorizar os critérios de desempenho ambiental e de baixo carbono no processo”.

Isto irá ser conseguido através de alterações nos contratos de compra e venda, aluguer, entre outros, para favorecer os veículos rodoviários com emissões de carbono reduzidas ou nulas e o incentivo “à introdução de energias limpas, além de promover padrões de mobilidade ativa, partilhada, flexível, otimizada e sustentável”, pode ler-se no documento.

Neste ponto, é importante realçar que, em Portugal, os transportes são responsáveis por 25,71% do total das emissões de gases com efeito de estufa, dos quais a maior fatia pertence a carros particulares (60,7%) que, além de serem mais poluentes, só são usados, em média, por 1,7 pessoas.

Contudo, à medida que a utilização de transportes públicos movidos, por exemplo, a hidrogénio ou a eletricidade aumenta, as emissões de CO2 diminuem significativamente.

A este respeito, a APTA (American Public Transportation Association) estima que basta uma única pessoa deixar o carro em casa e apostar num transporte público para contribuir para uma redução de até 9 quilos de emissões diárias de CO2, ou seja, aproximadamente duas toneladas por ano.

Segundo a mesma associação, “a diminuição de apenas um veículo, ao substituí-lo pelo transporte público, possibilita a redução de até 30% das emissões de dióxido de carbono”, algo que, multiplicado por milhares ou milhões de veículos, acaba por ter um enorme impacto na sustentabilidade das cidades.

Além de oneroso do ponto de vista ambiental e financeiro, o transporte individual pode ainda consumir imenso tempo aos seus utilizadores que, face à ausência de lugares de estacionamento, demoram eternidades a parquear a sua viatura.

Contactless está a tornar os transportes públicos mais atrativos

Além de poderem transportar até 10 vezes mais passageiros do que um carro particular e de poluírem muito menos, os transportes públicos são também uma fonte de bem-estar, já que nos permitem chegar mais depressa ao nosso destino de forma extremamente confortável.

Este conforto que vai de funcionalidades como o acesso a Wi-Fi ao ar condicionado, ganhou recentemente um novo atrativo com a parceria entre a UNICRE – Instituição Financeira de Crédito, S.A., casa mãe do UNIBANCO e os TIP (Transportes Intermodais do Porto), assim como com o metro de Lisboa.

Face ao crescimento da utilização de cartões de crédito e smartphones com a possibilidade de efetuarem pagamentos contactless, os utentes de diversas linhas de metro e autocarro sob alçada das parcerias já podem pagar as suas viagens através de contactless nos validadores instalados para o efeito.

Assim, de forma simples e mais adequada aos hábitos de consumo atuais, o Metro do Porto, Metro de Lisboa e os STCP tornam-se ainda mais atrativos para os cidadãos que se querem deslocar para ou dentro das duas principais cidades portuguesas, o que resulta, em última análise, numa diminuição do uso do carro e, consequentemente, da poluição.