Sabe o que é o wabi-sabi, a nova influência japonesa na decoração?
min de leitura
Depois do feng shui chinês e do hygge nórdico, chegou a vez do wabi-sabi, uma filosofia nipónica que vê beleza na imperfeição.
Publicado em 06-Out-2022
O wabi-sabi é um conceito japonês que, basicamente, nos leva a procurar – e a encontrar – beleza naquilo que é imperfeito. Na simplicidade, no que é natural, na aceitação das coisas tal como elas são… com falhas e tudo. A luz ocupa uma parte central neste conceito, mas enquanto na sociedade ocidental procuramos acima de tudo claridade, aqui, as sombras, as áreas obscuras, têm a mesma importância.
Apesar da relativa novidade na decoração ocidental, trata-se de um conceito muito antigo, que data pelo menos desde o século XV, e a sua filosofia está bem patente em várias artes japonesas, como o ikebana (os arranjos florais), o jardim zen, o bonsai e inclusivamente a cerimónia do chá, que se chegou a chamar wabi-cha.
Entre os ocidentais mais adeptos do wabi-sabi, encontramos nomes tão importantes como Vincent Van Duysen (na foto de abertura), desenhador, que já foi inclusivamente convidado para desenhar uma coleção limitada para a Zara Home, ou Pierre Yovanovitch, que, entre muitas outras coisas, desenhou a Quinta da Côrte, um dos nossos enoturismos de eleição.
Dê um toque pessoal
Faz sentido ter uma casa decorada com objetos cuidadosamente selecionados, mas segundo esta filosofia, faz ainda mais sentido completar essa decoração com objetos pessoais, que nos digam algo. Um bom exemplo são os trabalhos escolares das crianças, que nunca se sabe muito bem onde “esconder”, mas devem ser mostrados ao mundo, tirando partido da autenticidade (e ingenuidade) da peça. Não é necessário, segundo o wabi-sabi, andar sempre atrás da perfeição.
Os jogos de luz
Toda a decoração deve incluir alguns elementos que proporcionem a criação de zonas mais claras, ao lado de sombras ou zonas mais escuras. Uns cortinados, por exemplo, ou um candeeiro estrategicamente colocado são peças imprescindíveis, mas um espelho, além de criar o mesmo efeito, ainda cria a ilusão de dimensões maiores.
Espelho retangular, em mangueira maciça, alt. 140 cm, na La Redoute
Opte por peças feitas à mão
Peças de artesanato, feitas à mão, são, obviamente, uma característica intrínseca do wabi-sabi, até porque desta forma nenhuma peça é verdadeiramente igual à outra.
Roliça, em ráfia, com as formas das bilhas de cerâmica, Maria Pratas
Escolha algo antigo
Não é necessário estar sempre atento às últimas tendências de decoração. Aceite aquele móvel ou peça de decoração antiga – ou de família – pelo que é e pelas histórias que traz.
Cadeiras Lounge Kai Kristiansen, para Magnus Olesen, anos 1950, na Mobler
E algo natural
A filosofia wabi-sabi gira muito à volta do que é natural, real, por isso nada como nos rodearmos desse tipo de objetos − algodão, lãs virgens e muitas plantas – para dar esse toque natural à casa.
Crie um espaço aconchegante
A casa não pode estar demasiado cheia, nem vazia de objetos. Deve ter o número certo para se tornar num espaço confortável e acolhedor − e nada como sentir o toque de almofadas e mantas tradicionais.
Manta Lisboa, tecida em teares ancestrais e acabada à mão, na Burel Mountain Factory
Estimule os sentidos
Para estimular os sentidos, os especialistas recomendam a adição de espaços com água, como num jardim zen, sons da natureza ou, possivelmente um pouco mais fácil, a queima de incensos. Feitos naturalmente com métodos tradicionais e produtos naturais, sem adição de químicos. Como encontra na Sapato Verde.